Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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segunda-feira, 25 de julho de 2016

A caminho do Simpósio USk #2

Simpósio USk em Manchester dia -3

Não há comboios entre Edge Hill e Lime Street aos domingos, mas a caminhada para o centro demora apenas meia hora. Caminhando ao lado dos edifícios da Universidade de Liverpool, acaba-se na Walker Art Gallery, um museu de livre acesso, com uma colecção variada de pinturas desde a idade média até ao princípio do séc. XX. Com muitas desculpas aos estudiosos de arte, devo confessar que a minha coisa favorita de se fazer nos museus de arte antiga é associar histórias estranhas às personagens estranhas dos quadros. Por exemplo, este hipster italiano do séc. XVI, interrogando-se sobre se o vinho é de comércio justo.



Podem ver mais destes amigalhaços em pedromacloureiro.com/2016/07/stories-from-the-walker-art-gallery-in-liverpool/. Espero que se divirtam tanto como eu a encontrar estas histórias.

Na pequena Chinatown de Liverpool, The Baglery tinha o petisco de tarde perfeito para mim: um bagel de sementes de papoila gloriosamente recheado de tomate fresco, sauerkraut, queijo fundido, um cogumelo portobello e um ovo escalfado na perfeição, com um excelente café Queniano (temo ter-me tornado no tipo da pintura acima).



Ao longo da frente ribeirinha modernizada de Liverpool, na Albert Dock - um conceito de praça líquida interessante - fica a Tate, onde havia uma exposição da Bienal de Liverpool, relacionada com a Antiga Grécia e as interpretações neoclássicas sobre as quais foi erguida grande parte da cidade. Parte da exposição era senão um conjunto de objectos e esculturas gregos provenientes de outros museus de arte e história, acompanhados por um pequeno texto factual, descrevendo o que cada objecto ou cada personagem era ou representava na Grécia Clássica. Foi interessante ver como estes objectos, retirados do seu context habitual, atraem muito mais atenção, e de um público diferente, do que fariam integrados nas suas exposições originais. É comunicação de arte, não é arte. Mas é interessantemente eficaz.



Tudo em Liverpool é a uma distância caminhável. Ainda assim, consegue sentir-se as diferentes zonas da cidade, de rua para rua. Apenas uma coisa está sempre presente: o distinto cheiro a fritos por toda a parte.

11 comentários:

Rosário disse...

Que viagem!

José Louro disse...

Caramba, li mesmo tudo!

Henrique Vogado disse...

Grande reportagem. Gosto muito dos detalhes e os desenhos estão ao nível.

Teresa Ruivo disse...

Tks Pedro!

L.Frasco disse...

Estás imparável! Cada post melhor que o outro!
Então os títulos das fotos da exposição estão de morte. :-)

hfm disse...

Quando regressar tenho de compilar estes posts para memória futura. Perfeita reportagem nas palavras e nos desenhos. Até 3ª f.

Alexandra Baptista disse...

que maravilha, boa estada!!!

Suzana disse...

Adoro ler as tuas reportagens, são cativantes com fantásticas imagens :D

Pedro Loureiro disse...

Obrigado a todos! Se não estivessem vocês aí, saía tudo torto, desenhos e texto ;)

Luis Gabriel Marques disse...

Bela reportagem Pedro!

Maria Celeste disse...

...que histórias divertidas...